A LUTA NOS DÁ SAÚDE – A SAÚDE NOS DÁ FORÇA PRA LUTAR

A realidade vivenciada pela população e profissionais de saúde nos últimos anos é muito diferente da que se divulga nas propagandas dos “governos” federal, estadual e municipal. A cada dia ficam mais claras as dificuldades em se conseguir atendimento no sistema de saúde. Faltam profissionais, equipamentos para realização de exames, medicamentos; sobram auxílio e corte de impostos para os Planos de Saúde privados. Negam o controle popular e o poder dos Conselhos de Saúde para que os trabalhadores e usuários decidam como deve funcionar o sistema público de saúde. Assim, não é possível ter o Sistema de Saúde que precisamos.

Além disso, é necessário oferecer um plano de carreira e salários, que valorize os profissionais e os incentive mais a dedicar suas vidas a cuidar da saúde da população. Porém, quando falamos de carreira, eles nos apontam a precarização da CLT, das Fundações, das Empresas de “Saúde”.

Os “governos” federal, estadual e municipal viram as costas para as propostas da população. Usam o argumento da “crise” como justificativa para não atender às reivindicações que são apresentadas pelos movimentos sociais em defesa da Saúde. Vejam só! Quanto cinismo! A crise que eles mesmos criam e alimentam como mosquitos a nos tirar as forças.

Que crise é essa? Cortam verbas para os hospitais e priorizam a destinação de dinheiro público para empresários da saúde, causando impactos cada vez mais negativos nos serviços públicos. Hospitais, emergências, clínicas e postos de saúde do Estado são entregues a entidades privadas como Organizações Sociais (OSs), Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), Fundações de Direito Privado, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e a Rio Saúde S/A… Muitos nomes, um único objetivo: se apropriar, tomar tudo que é público e usar o que é de todos para o enriquecimento próprio, privado.

A imprensa privada festeja os mais e mais recordes de arrecadação e a desoneração de impostos dos grandes empresários da indústria e do comércio: alivia os patrões, arrocha os trabalhadores. É óbvio: para a conta fechar, se não tirar dos grandes, sairá dos pequenos. Não há falta de recursos, nem de vontade política, o que há é um governo de gerentes eleitos com milhões de reais pelos donos do poder, fazendo o serviço pelo qual foram pagos na campanha eleitoral.

A metade do que se arrecada no Brasil é desviado para garantir a saúde dos banqueiros e agiotas, enquanto a população está cada vez mais doente. Mas não é lógico? Para a Indústria Farmacêutica, os Planos de Saúde, os Hospitais Privados doença é lucro.

Não se trata de uma crise financeira, mas sim do objetivo de gerentes de turno como Dilma e Sérgio Cabral de fortalecer economicamente os já poderosos grupos empresariais. Chamam a isso de “aumentar a competitividade”.

Agora, nas últimas semanas, os usuários dos Hospitais Universitários (HU) passaram a sofrer mais ainda com redução de serviços, exames e atendimentos. O “governo”, lacaio dos planos de saúde, ameaça com mais cortes de verbas para os HUs caso as universidades não assinem um contrato de terceirização de todo o HU com a EBSERH. Querem nos impor “produtividade” como se fôssemos uma fábrica; falam de reserva de vagas para “clientes” de planos de saúde; que os HUs consigam financiamento vendendo serviços para empresas de educação, indústria farmacêutica. Põem em risco não só a saúde do povo trabalhador no presente, mas o futuro de todos ao relegar a formação de profissionais de saúde para segundo plano, ao deixar a pesquisa nas mãos dos que visam o lucro.

Para nós da comunidade universitária, estudantes, técnicos-administrativos e professores, além de uma questão de acesso a postos de saúde e hospitais e a outros serviços a que o Sistema Público Estatal se deve prestar, a saúde também depende de habitação, educação, acesso e posse da terra, condições dignas de trabalho, preservação do meio ambiente. Todos esses direitos sempre negados no Capitali$mo à maioria da população pelos setores que embolsam as riquezas produzidas pelos trabalhadores.

Por isso, convocamos a população para defendermos os HUs e toda a rede pública. Eles correm o risco de serem privatizados, isto é, de serem usados para o ganho de poucos e não para o bem de todos.

Para os governantes de fato, os capitalistas, os latifundiários, os grandes empresários, enfim, os parasitas, tudo deve ser uma empresa, com empregados com medo de demissão e o lucro acima de tudo; a única forma de colocar no bolso deles o que é fruto do suor de todos.

Convocamos para luta pela defesa e ampliação dos Direitos do Povo por uma Saúde Pública, Estatal e sob o Controle Popular.

– Não se lamente, organize-se!

 – Pelo atendimento a todos no SUS 100% Estatal e sob Controle Popular!

 – Concurso público já!

COLETIVO UNIRIO Vermelha