Pela liberdade do Baiano, da FIST

Reproduzimos o texto do Coletivo Lenin pela liberdade do companheiro Baiano.

http://coletivolenin.blogspot.com.br/2013/11/pela-liberdade-do-militante-jair-seixas.html

Pela liberdade do militante Jair Seixas Baiano, da FIST.

Ultimo Preso político em Bangu, o militante Jair Seixas Baiano da FIST (Frente Internacionalista dos Sem-Teto) foi preso juntamente com outras 200 militantes no ultimo ato em defesa da educação, no dia 15 de Setembro. Desde então continua preso numa das superlotadas unidades prisionais de Bangu. Jair é negro e trabalhador autônomo, militante aguerrido do movimento popular sem-teto. Com certeza, com a PM racista e genocida apoiada por juízes que defendem os interesses das mafias que governam o Rio, não é por acaso que é o ultimo preso político dos Governos Cabral e Paes.

Abaixo publicamos o depoimento de uma companheira de luta de Baiano, e junto com ela e com a FIST chamamos pela liberdade do companheiro!

DEPOIMENTO DE ALINE MAGALHÃES SOBRE O COMPANHEIRO JAIR SEIXAS.

“Baiano (Jair) foi o primeiro manifestante com o qual me deparei quando tive a oportunidade de ir a uma manifestação, já no início de agosto, na avenida Pres. Antonio Carlos, centro do Rio. Ele segurava um megafone próprio, e esbravejava contra o cordão policial, sem nenhuma cerimônia. Nos meses precedentes, acompanhei tudo o que acontecia via mídias Ninjas, todos os vídeos e notícias. Mesmo assim, mal conseguiria descrever o que senti vendo-o gritar ao meu lado para policiais o quanto eram racistas, a urgência daquela corporação genocida ser extinta de uma vez por todas, em pleno centro da cidade. Seu colega de militância tentava lhe afastar dos policiais, eu tentava afastar seu colega para que o deixasse falar. Então ele me explicou que fazia aquilo por preocupação, porque Baiano já havia sido levado e fichado pela PM outras duas vezes. 
 
Baiano é negro, portanto plenamente compatível com o nosso navio negreiro do século XXI. Para o azar da polícia, do Beltrame e de toda a corja burguesa que toma tranquila seu café da manhã todos os dias para depois dar ordens de matar se preciso for – porque o que importa é justamente salvaguardar a tranquilidade do café da manhã – Baiano não demonstra medo, nenhum. É esse seu exemplo nas ruas: gritar para tentar salvar as próximas vidas, sobretudo as que têm peles iguais à sua, mesmo que por causa disso a sua própria passe a estar na mira. Não é à toa que é justamente ele quem permanece preso. Ele virou, ao longo desses meses, entre outros, um dos mais visados pela PM, tentando espreitar, humilhar e reprimir quem identificava como “líderes”.Porcos fardados são pagos para calar catarses, e para calar principalmente a coragem e o brio dos que se dispõem a dar o exemplo aos seus, de que não é no silêncio consolidado nos nossos séculos de colonização e apartheid, morrendo calado, que a situação por um passe de mágica, vai se reverter, de que é possível enfrentar este poder aparentemente eterno, fragilmente consolidado, profundamente genocida, obviamente irresistível a um levante organizado popular. Enquanto Baiano continuar preso, temos todos muito a perder. E o Estado, a classe dominante e o status quo, muito a ganhar.

Liberdade para Baiano já! “

Liberdade para Rafael Braga Vieira!

Morador de rua preso dia 20 de junho de 2013, durante a repressão do CHOQUE. Enviado ao depósito de pobres, Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Os hipócritas e guardiões do Capital, também chamado de Sistema Judiciário, o mantêm preso sem direito a fiança, nem julgamento. O “Estado Democrático de Direito” se mostra como uma farsa, vendida às massas pelos oportunistas, para além dos próprios reacionários. Não esqueceremos de nossos irmãos e a luta continua!

Ninguém ficará para trás!

Texto do blog “é tudo nosso”. No link, versões em outros idiomas.

http://tudonosso.noblogs.org/post/2013/10/17/ninguem-ficara-para-tras/

 Ninguém ficará para trás

Afirmar que vivemos uma guerra não é uma ameaça, é reconhecer o que está diante dos nossos olhos. A dominação não demonstra nenhuma intenção de ceder, assim como nós não temos nenhuma de desistir. No acirramento dessa disputa muitas quedas virão, mas é preciso ter em mente que os fracassos nunca são definitivos e que fazem parte da história das vitórias.1383243No dia 16 de outubro, o Rio de Janeiro viu novamente o que a repressão é capaz. As informações ainda divergem de acordo com a fonte, mas segundo o grupo de advogados “Habeas Corpus” foram 195 detidos e desses 84 estão, nesse momento, presos. As acusações variam: formação de quadrilha ou bando, roubo, incêndio, dano ao patrimônio público, lesão corporal e corrupção de menores. A nova lei de organização criminosa está sendo usada para criminalizar muitos dos que foram pegos, o que está gerando absurdos como a busca de um líder do grupo e a invenção de supostos ganhos materiais obtidos com os“vandalismo”. Durante o protesto os policiais usaram as armas de sempre: bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, balas de borracha, armas de choque e – para não restar dúvidas quanto ao não-diálogo – armas de fogo.

600327_587053331342834_1309268690_nEsse é o resultado catastrófico que o Estado impôs a uma passeata convocada pelos professores estaduais e municipais. A greve começou no início de agosto e tem como objetivo impedir a imposição de um modelo empresarial de educação. As propostas do governo não dialogaram com nenhuma das demandas do movimento; para eles só importa o que eles querem. Essa greve, porém, não pode ser entendida isoladamente, ela faz parte de um ciclo de revoltas que explodiu na cidade e no país desde junho. Os motivos da indignação são muitos, mas está claro que a intransigência do capital será cada vez menos aceitável.

Nessa mesma semana, 17 mandatos foram expedidos contra manifestantes. Aparelhos eletrônicos foram apreendidos e,foi revelado um esquema de investigação que contava com escutas telefônicas desde julho. A partir do momento em que estar nas ruas é ser suspeito, fica claro o quão grave é a nossa situação. Não vamos pedir autorização para resistir, resistiremos. Nenhuma grade aprisionará nossa luta pela dignidade.

Agora é urgente a construção de uma rede de solidariedade aos presos. Devemos ficar atentos aos seus destinos e realizar uma campanha massiva pelas libertações. É necessário que nos organizemos para uma arrecadação massiva de fundos para os possíveis gastos. No sábado (19/10) haverá uma vigília em Bangu: contamos com a presença de todos. Haverão dois pontos de encontro para quem não souber chegar lá: às 13h na estação de trem da Central do Brasil  e às 15h na estação de trem de Bangu.

Ninguém ficará para trás!

Versão em espanhol.

Versão em francês.

Versão em grego.

Crimes de Estado

No mesmo dia em que dezenas de manifestantes foram lançados nas masmorras do Estado reacionário, por terem cometido o hediondo crime de lutarem por um mundo melhor, dezenas de pessoas atenderam ao chamado da Frente Independente Popular – RJ e participaram de ato público pela libertação dos presos políticos, na Cinelândia.

Mesmo debaixo de forte chuva, com poucas horas de mobilização, e cientes do risco que corriam em se manifestarem no dia seguinte ao que o Estado mostrou sua verdadeira face de instrumento de repressão ao povo, os manifestantes não abaixaram a cabeça e denunciaram a política fascista de criminalização da luta popular.

Dos detidos, 84 foram enviados para presídios de maiores e menores, acusados dos “crimes” mais surreais e infundados possíveis. Mas apesar do terrorismo de Estado, que tenta salvaguardar os interesses das classes dominantes neste momento em que o povo se levanta contra a ordem estabelecida; apesar da criminalização feita pelos monopólios dos meios de comunicação; apesar do ataque de quinta coluna do oportunismo, os manifestantes não sairão das ruas enquanto um companheiro que seja permaneça refém dos bandidos fardados e engravatados.

Criminosos são os grandes burgueses e latifundiários, que vivem na opulência às custas da exploração do trabalho de milhões de brasileiros!

Criminoso é o Estado, que rouba e violenta o povo diariamente de todas as formas possíveis, incluindo a violência mais extrema que é a eliminação física, como o massacre do povo pobre nas favelas e no campo. Criminosos são os monopólios dos meios de comunicação, que criminalizam a justa revolta popular!

Presos políticos, liberdade já!
Lutar não é crime, vocês vão nos pagar!

Viva a luta popular!
Rebelar-se é justo!
Não vai ter Copa!

Liberdade para Wallace!

Liberdade para Wallace e todos os presos políticos! Abaixo o fascismo!

Os lutadores populares do Rio de Janeiro têm vivido, desde junho, meses de intensa atividade! O preço muitos ativistas e organizações populares independentes têm pagado por lutar por direitos e por uma sociedade mais justa tem sido a repressão, os cárceres e os processos que, em vão, tentam calar a nossa voz. Nada de surpreendente: os inimigos do povo, preocupados com seus lucros e temerosos com o avanço da combatividade das lutas populares na “cidade olímpica”, de tudo fazem e farão para sufocar os protestos. Se iludem!

Nos vésperas dos protestos de 7 de setembro, no dia 4,num gesto que lembra os períodos fascistas mais obscuros da história de nosso país, a polícia foi até a casa de seis pessoas efetuar prisões. Daniel Guimarães Ferreira (21) e seu irmão caçula Caio Guimarães Ferreira (17); Jahn Gonçalves Traxler (18); Yan Gonçalves da Costa (17) e Henrique Palavra Vianna (28) foram levados. A estudante Maíra Cupollillo, que estava de férias na Bolívia, também teve a residência invadida e, após ver seu nome entre os procurados, está cogitando pedir asilo político na Argentina. As acusações são as mesmas estapafúrdias de sempre: “vandalismo”, “incitação à violência”, “formação de quadrilha”, “quadrilha armada”, etc. Liberados, eles terão que responder perante a “justiça”.

Já em 7 de setembro, durante um dia inteiro de combativas manifestações, 77 pessoas foram presas pelo aparato policial do velho Estado na capital fluminense. Elas foram soltas, com exceção do estudante Wallace Vieira dos Santos, que foi levado, no dia 9/9, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, acusado de ‘portar uma bomba e três sinalizadores’. Nem a imprensa escapou dos ataques da repressão. O jornalista Patrick Granja, do jornal A Nova Democracia, e o correspondente da revista Vice e editor-chefe do grupo de mídia independente Tarja Preta, Matias Max, também foram presos arbitrariamente e liberados em seguida. Wallace permanece preso injustamente!

Há ainda a informação de que a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (CEIV) está investigando mais de 200 pessoas.

Está claro, pois, que Sérgio Cabral e sua gang de bandidos profissionais, além de não mover uma palha para atender as exigências do povo, ainda cobram de sua polícia sanguinária mais repressão aos movimentos populares. As bombas e balas de borracha da PM só têm feito crescer a indignação e o apoio popular aos protestos. A população do Rio começa a entender de forma mais clara que “minoria de vândalos”, “marginais” e “criminosos” são os canalhas que governam o estado e a cidade em nome dos ‘Eike Batista’ da vida, para a especulação imobiliária e para os megaeventos da grande burguesia (Copa e Olimpíadas). E, nesta cruzada contra o povo, esses verdadeiros bandidos contam com o financiamento e apoio “companheiro” do governo Dilma/Lula/PT: em todo o país existem presos políticos!

A Frente Independente Popular (FIP) está atenta e tem feito (e fará) de tudo para prestar irrestrita solidariedade a todos os presos políticos. As manifestações de apoio prosseguirão! Aproveitamos também para informar aos reacionários, Sérgio Cabral e companhia que todas as tentativas de calar a voz do povo através da repressão estão fadadas ao fracasso!

Frente Independente Popular (F.I.P.)
18 de setembro de 2013