A Frente Independente Popular do Rio de Janeiro realizou nos dias 14 e 15 de Dezembro seu 1º Encontro. Em dois dias, centenas de pessoas – representando amplas frentes de luta como a juventude combatente, mulheres revolucionárias, trabalho em favela, advogados ativistas, estudantes, professores, operários, camponeses, entre outras – discutiram de forma horizontal o …balanço das lutas de 2013 e as perspectivas para 2014. O Encontro da FIP representa um marco da luta popular em nossa cidade, mostrando que o povo pode construir suas mobilizações de forma independente dos partidos eleitorais e do Estado.
A decisão de realizar o Encontro na Aldeia Maracanã se insere na nossa compreensão da importância desse espaço para a luta popular em nossa cidade. Em semanas de trabalho coletivo, a FIP buscou apoiar concretamente a Aldeia através de mutirões que visaram a recuperação e levantamento da infraestrutura que foi depredada pelo Estado ao longo de anos de descaso. O esforço e a contribuição voluntária dos ativistas (além de doações) viabilizaram a árdua tarefa, uma vez que a FIP e a Aldeia Maracanã não contam com nenhum tipo de financiamento institucional. Um dos princípios que defendemos e praticamos é a necessidade de andarmos com as nossas próprias pernas.
A ocupação do prédio da Lanagro foi fruto de decisão autônoma e exclusiva dos companheiros indígenas da Aldeia Maracanã. A FIP, como Frente combativa e combatente, colocada diante da decisão dos companheiros, cumpriu seu papel: apoiar incondicionalmente a resistência popular. No domingo, sem contar com qualquer ordem judicial, a Tropa de Choque invadiu o terreno da Aldeia e, portanto, o próprio Encontro da FIP. Porém, seus planos naquele momento foram frustrados pois se depararam com a resistência unificada dos ocupantes da Aldeia e dos participantes do Encontro da FIP que impediram em bloco coeso a invasão da PM. Essa é a verdade dos fatos, comprovada por todas e todos que estavam presentes.
Vale lembrar que em março, a remoção da Aldeia Maracanã foi a senha para o despertar da revolta popular – que desembocou meses depois nas jornadas de junho. Entendemos que a opressão só aumenta a necessidade de resistência. Mais uma vez, a ação desse Estado fascista se converterá no seu contrário, ou seja, numa retomada da mobilização popular que terminará por impor a Cabral e sua quadrilha outra derrota história. A Aldeia Maracanã resistirá e a FIP estará firmemente ao seu lado, trilhando seu caminho de combatividade, classicismo e independência.
FRENTE INDEPENDENTE POPULAR RJ
UNIVERSIDADE INDÍGENA ALDEIA MARACANÃ
Resistência na Aldeia Maracanã, 16 de Dezembro de 2013.