Liberdade para Wallace!

Liberdade para Wallace e todos os presos políticos! Abaixo o fascismo!

Os lutadores populares do Rio de Janeiro têm vivido, desde junho, meses de intensa atividade! O preço muitos ativistas e organizações populares independentes têm pagado por lutar por direitos e por uma sociedade mais justa tem sido a repressão, os cárceres e os processos que, em vão, tentam calar a nossa voz. Nada de surpreendente: os inimigos do povo, preocupados com seus lucros e temerosos com o avanço da combatividade das lutas populares na “cidade olímpica”, de tudo fazem e farão para sufocar os protestos. Se iludem!

Nos vésperas dos protestos de 7 de setembro, no dia 4,num gesto que lembra os períodos fascistas mais obscuros da história de nosso país, a polícia foi até a casa de seis pessoas efetuar prisões. Daniel Guimarães Ferreira (21) e seu irmão caçula Caio Guimarães Ferreira (17); Jahn Gonçalves Traxler (18); Yan Gonçalves da Costa (17) e Henrique Palavra Vianna (28) foram levados. A estudante Maíra Cupollillo, que estava de férias na Bolívia, também teve a residência invadida e, após ver seu nome entre os procurados, está cogitando pedir asilo político na Argentina. As acusações são as mesmas estapafúrdias de sempre: “vandalismo”, “incitação à violência”, “formação de quadrilha”, “quadrilha armada”, etc. Liberados, eles terão que responder perante a “justiça”.

Já em 7 de setembro, durante um dia inteiro de combativas manifestações, 77 pessoas foram presas pelo aparato policial do velho Estado na capital fluminense. Elas foram soltas, com exceção do estudante Wallace Vieira dos Santos, que foi levado, no dia 9/9, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, acusado de ‘portar uma bomba e três sinalizadores’. Nem a imprensa escapou dos ataques da repressão. O jornalista Patrick Granja, do jornal A Nova Democracia, e o correspondente da revista Vice e editor-chefe do grupo de mídia independente Tarja Preta, Matias Max, também foram presos arbitrariamente e liberados em seguida. Wallace permanece preso injustamente!

Há ainda a informação de que a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (CEIV) está investigando mais de 200 pessoas.

Está claro, pois, que Sérgio Cabral e sua gang de bandidos profissionais, além de não mover uma palha para atender as exigências do povo, ainda cobram de sua polícia sanguinária mais repressão aos movimentos populares. As bombas e balas de borracha da PM só têm feito crescer a indignação e o apoio popular aos protestos. A população do Rio começa a entender de forma mais clara que “minoria de vândalos”, “marginais” e “criminosos” são os canalhas que governam o estado e a cidade em nome dos ‘Eike Batista’ da vida, para a especulação imobiliária e para os megaeventos da grande burguesia (Copa e Olimpíadas). E, nesta cruzada contra o povo, esses verdadeiros bandidos contam com o financiamento e apoio “companheiro” do governo Dilma/Lula/PT: em todo o país existem presos políticos!

A Frente Independente Popular (FIP) está atenta e tem feito (e fará) de tudo para prestar irrestrita solidariedade a todos os presos políticos. As manifestações de apoio prosseguirão! Aproveitamos também para informar aos reacionários, Sérgio Cabral e companhia que todas as tentativas de calar a voz do povo através da repressão estão fadadas ao fracasso!

Frente Independente Popular (F.I.P.)
18 de setembro de 2013

Panfletagem da FIP – Participe!

Panfletagem da Frente Independente Popular – RJ
Participe! Ou faça você mesmo em outras estações de trem.

Cconcentração sexta-feira agora às 17h em frente à bilheteria do trem da Central. A meta é distribuirmos no mínimo 50.000 panfletos e realizarmos uma boa agitação política! www.facebook.com/events/146658415544636

Quem puder imprima quantos panfletos conseguir. O panfleto é frente e verso, dois por A4.

Links para download dos PDFs para impressão:
http://bit.ly/14fjjZe http://bit.ly/16BJGcJ

O QUE É ISSO, PROFESSORA?

A Frente Independente Popular – FIP/RJ repudia, com fervor revolucionário, qualquer tentativa de qualificação do braço armado fascista e genocida do velho Estado Capitalista brasileiro, seja ele Polícia Militar, Civil ou forças armadas. Historicamente esses aparelhos repressores atuam a serviço da elite, desde suas origens, e têm servido para massacrar o povo, que com pagamento de impostos acaba sendo obrigado a financiar seus próprios carnífices.

Não à toa, uma intensa perplexidade e indignação tomou conta daqueles que estão nas ruas, sob a mira da Polícia que mais mata no mundo, quando um membro da academia se propôs a incitar essa corporação desmoralizada perante o povo, qualificando os manifestantes de fascistas e acusando-os de centrar sua autodefesa em ataque às pessoas.

É inadmissível que professores pagos com nosso dinheiro se proponham a incentivar ainda mais uma instituição que age para matar, torturar e prender qualquer um que ameace essa ordem de injustiças sociais orquestradas por empresários, grande mídia e seus governantes vendidos protegidos por essa mesma polícia, cujo lema é servir e proteger a uma corja de elite empresarial, sacralizando a propriedade privada em detrimento de vidas.

Ao afirmar aos policiais, numa palestra na Academia da PM do Rio de Janeiro, que Black Bloc é um grupo fascista, Marilena está claramente legitimando a ação truculenta da polícia e toda consequência que isso gera, pois entre mortos e feridos não se salvam todos – inclusive valorosos companheiros.

Tal fato se mostra mais grave ao vir de pessoas que outrora reivindicaram pertencer ao pensamento social situado no campo político da esquerda ou algo próximo a isso. Com todo o respeito àqueles que contribuíram, de uma forma ou de outra, para um pensamento social crítico, afirmamos com convicção que coerência política não tem idade. E que na estrutura social de classes inconciliáveis ninguém é neutro e assume seu lado quando se propõe a qualificar qualquer aparelho repressor da elite empresarial, nesse caso a PM.

Contudo, é importante entender de onde vêm tais bravatas falaciosas. Obviamente, tal acusação leviana parte de quem não participa das ações políticas do povo em luta no campo e nas cidades e há muito tempo “oPTou” pelos limites dos gabinetes da institucionalidade burguesa cercada pelos muros das universidades, onde a maioria produz conhecimento para si mesmo e para o mercado capitalista, descolada das necessidades e da realidade do povo que a financia. Esse afastamento da realidade concreta, complexa e dinâmica não poderia desencadear em outra coisa, senão em análises equivocadas diante dos acontecimentos reais que tomam conta do atual processo de legítima e justa revolta popular.

A maioria dos acadêmicos de plantão não consegue compreender esses fenômenos pelo simples fato de não participarem deles. Além disso, qualquer tentativa real ou possibilidade de compreendê-los provavelmente não renderia artigos científicos, dada a lógica produtivista a serviço do mercado dos papers e da concorrência intelectualóide ditada pelos órgãos de fomento às pesquisas, como Capes e CNPq, sob o jugo financeiro.

Essa financeirização da produção acadêmica brasileira aniquila a possibilidade da construção de Universidades Populares, com efetivas integrações ensino-serviço-comunidade, ou mesmo com desenvolvimento científico sob controle do povo trabalhador. Por isso projetos de extensões universitárias extramuros, assim como pesquisa e ensino socialmente referenciados, são cada vez menos produzidos – tripé de qualquer projeto sério de Universidade Popular.

Contextualizado de onde vêm tais aberrações analíticas, ou seja, seu centro irradiador, cabe contra-argumentá-las.

Primeiramente, não é verdade que os movimentos que protagonizam as ações diretas de violência revolucionária sejam compostos somente por indivíduos que utilizam táticas de propaganda pela ação intitulados de Black Blocs. Tampouco, que o povo em luta e em autodefesa tenha seu foco no ataque às pessoas. Trata-se de uma acusação absurda, historicamente usada pela elite para tentar criminalizar e desmoralizar movimentos sociais populares.

Ora, esse acusacionismo joga uma cortina de fumaça sobre os fatos reais, enquanto essa mesma polícia continua com sua truculência e terrorismo de estado, agora instigada pela mais nova componente de seu grupo de formadores: Marilena Chauí.

Quem esteve nas manifestações sabe bem que foi a PM e seus comandantes que incitaram e dispararam ações violentas, tentando impedir direitos fundamentais de ir e vir e de se manifestar. Não se trata de uma questão de opinião, mas sim dos fatos concretos! Sendo, portanto, fora de parâmetros científicos tal assertiva acusacionista.

Em contrapartida, restou ao povo em luta política lançar mão de estratégias de autodefesa que nada têm a ver com ataques a pessoas de forma generalizada conforme inventou a palestrante da PM. O que leva a crer que ela utilizou como fonte de informação o que há de mais reacionário na grande mídia brasileira de raízes burguesas.

A justa e legítima violência da Multidão representa o processo de supressão da alienação e o reconhecimento de sua condição humana merecedora de direitos sociais. Mesmo assim, Chauí continuou com suas bravatas afirmando que o modelo “Black Bloc” é uma mescla de “partidos de extrema esquerda à procura de uma linguagem intempestiva de reconhecimento social e nacional” e “essa coisa anárquica (…)”.

Essa coisa anárquica, como se referiu ao Anarquismo, é notoriamente um descaso ideológico enquanto tentativa de desqualificar movimentos que questionam o governo ao qual ela pertence.

Vale lembrar que, na historiografia brasileira, correntes anarquistas e comunistas (ditas de extrema esquerda) foram fundamentais na construção de diversos sindicatos combativos frente aos capitalistas, assim como na conquista de importantes direitos trabalhistas no Brasil, tais como: férias, diminuição da jornada de trabalho, licença-maternidade e 13º salário. Fatos cada vez mais raros, visto a cooptação escancarada de muitos sindicalistas e intelectuais frente aos governos do PT e suas alianças espúrias.

Ainda assim, a atual esquerda combativa não se contentou com essas migalhas de concessão burguesa, estando na rua determinada a conquistar uma justiça social que não se alcança sob a égide do modo de produção capitalista.

Descolada dessa perspectiva, a professora chega a afirmar que as manifestações de setembro deveriam reivindicar reforma política e tributária. Ora, isso não passa de um engodo governista na tentativa de capitanear a justa revolta popular, pois a Reforma Política foi um dos cinco pactos propostos pela presidente Dilma, do PT.

Diante de tantos descalabros, cabe esclarecer que nós da FIP somos uma frente anticapitalista combativa, com moral revolucionária diante da velha e podre estrutura do Estado brasileiro. A possibilidade de um projeto de sociedade futura não pode ser explicada pela vossa gabolice descontextualizada, mas sim pela capacidade do povo em construir a correlação de forças políticas suficientes para a criação do Poder Popular Justo nas distribuições de suas riquezas, entre outras coisas.

E o povo só poderá construir seu futuro projeto de sociedade em luta no campo e nas cidades, e não em zonas de conforto de gabinetes acadêmicos eivados de masturbação teórica complacente com governantes anti-povo e vende-pátria.

Ao contrário do que a professora da PM afirmou, está claro que as manifestações dizem NÃO a um conjunto de situações cujo eixo central é a relação promíscua entre governantes e empresários de diversos setores sociais. Questão determinante para tanta negação de direitos sociais acumulada e sua correspondente explosão de revolta popular legítima.

Nesse sentido, parece grotesco afirmar que essas manifestações “dialogam com o poder constituído”, quando um dos aspectos centrais foi a grande crise de institucionalidade que esse processo gerou, denunciando a farsa da “democracia” liberal burguesa.

Está claro também, que qualquer tentativa simplória de comparação com os levantes populares de 1968 está fadada ao fracasso, pois não é possível transpor momentos históricos em conjunturas completamente diferentes. O que só pode dar em uma simplista artificialidade excêntrica, senão mágica.

Nós, da Frente Independente Popular, a partir das declarações ensandecidas da filósofa Marilena Chauí, reafirmamos com esta nota o nosso total repúdio a toda e qualquer criminalização aos movimentos sociais que estão nas ruas contestando esse Estado plutocrático.

A conjuntura histórica atual nos impõe grande responsabilidade política. Diante de tais ataques reacionários, não nos intimidaremos!

Convocamos todos os setores revolucionários e combativos a se juntarem a nós e subscreverem este manifesto!

Rio de Janeiro, setembro de 2013.

FRENTE INDEPENDENTE POPULAR – RJ

Lutar, criar o Poder Popular!

Nota lançada pelo Cebraspo

Nota lançada pelo Cebraspo (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos).

1173838_1431266497098548_2091944790_nDesde o início da onda de manifestações em todo o Brasil, mais de duas mil pessoas já foram presas. Muitas respondem a processos e algumas delas continuam encarceradas.

Aquelas que foram liberadas, só conseguiram isso depois de pressão incisiva, das concentrações populares em frente às delegacias e da ação persistente dos advogados e entidades que defendem os direitos do povo. Muitos manifestantes foram literalmente arrancados das mãos da polícia e libertados durante os protestos.

Alguns casos são notórios, como o do manifestante Bruno Ferreira Telles, que foi preso durante o ato realizado durante a chegada do Papa no Rio de Janeiro, no dia 22 de Julho. Neste caso, uma grande armação foi feita para acusá-lo de ter lançado coquetéis molotov contra a polícia e incriminá-lo por ‘tentativa de homicídio’ e só foi desmontada em virtude de grande mobilização com a divulgação de vídeos, fotos pela internet e pela ação de advogados e pessoas democráticas em sua defesa.

Diversos manifestantes estão sendo processados por ‘formação de quadrilha’ e outras acusações graves. Pessoas e organizações populares estão sendo acusados de ‘arruaceiros’, ‘vândalos’ e ‘baderneiros’, a fim de descaracterizar seus objetivos e criminalizar suas ações. Nesta semana, uma nova onda de prisões está sendo decretada no Rio de Janeiro. Manifestantes foram presos acusados de “incitação à violência” e, mesmo antes de serem julgados, estão sendo encaminhados para o complexo presidiário de segurança máxima de Bangu. Esta é a mesma prática dos períodos mais sombrios do Regime Militar em nosso país para desqualificar e perseguir opositores.

Na esteira desta retórica autoritária, surgem de forma alarmante verdadeiras medidas de exceção para atacar o direito do povo lutar, como o já famigerado decreto n.º 44.302 que criou a ‘Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas’ (CEIV), estigmatizado de “AI 5 de Sérgio Cabral”.

O povo brasileiro enfrenta uma escalada de criminalização das suas lutas e mobilizações. Esta situação não é diferente da que ocorre cotidianamente nos campos e favelas de nosso país. A polícia que reprime nas ruas é a mesma que assassina moradores de favelas, camponeses e povos indígenas em luta. Defender os presos políticos é deter a escalada repressiva e defender o direito do povo lutar por seus direitos.

Portanto, faz-se necessário que todas as organizações democráticas, advogados, defensores, artistas, intelectuais e pessoas democráticas levantem uma grande campanha pela imediata libertação de todos os presos políticos, pelo fim de todos os processos que estão abertos na justiça contra os manifestantes, e pela anulação do famigerado decreto Nº 44.302 de Sérgio Cabral.

Convocamos a todos a unir esforços unificando as iniciativas para o lançamento desta grande campanha.

Dessa forma exigimos:

– LIBERTAÇÃO IMEDIATA DE TODOS OS PRESOS POLÍTICOS!
– FIM DE TODOS OS PROCESSOS ABERTOS CONTRA OS MANIFESTANTES!
– REVOGAÇÃO IMEDIATA DO DECRETO Nº44302 DE SÉRGIO CABRAL!

CEBRASPO – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos
04 de setembro, 2013.