Sobre o ato do dia 27 de agosto

Saudações, companheiros de luta. A Frente Independente Popular (FIP) vem saudar todos os companheiros (as) da resistência e dar todo o apoio para que continuemos a resistir. A polícia mais uma vez truculenta e arbitrária faz o que bem quer com manifestantes que tentam se expressar, mas isso só vai aumentar nossa luta cada vez mais.

IR AO COMBATE SEM TEMER!
OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

http://www.youtube.com/watch?v=VAlBxPxcJGI

Nota lançada em 15 de agosto

Nota de repúdio à criminalização dos movimentos sociais e à posição do PSTU

A Frente Independente Popular vem, por meio desta nota, repudiar o lamentável artigo publicado no site do PSTU intitulado “Uma polêmica com os ‘Black Blocs’” e o texto em seu boletim com o título “Nossas profundas diferenças com os ‘Black Blocs’”.

Antes de falarmos dos textos acima citados, devemos ressaltar que as ações diretas começaram a ocorrer a partir do segundo ato, no dia 06 de junho de 2013, quando manifestantes sentados na Presidente Vargas, em frente a Central, que cantavam gritos de ordem, foram atacados covardemente pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha.

Outro detalhe importante: o enfrentamento com a polícia sempre foi uma resposta dos manifestantes às agressões covardes provocadas pelos próprios policiais militares. Nunca fora o objetivo final dos manifestantes o confronto. A notória repressão do braço armado do Estado é o estopim para que os confrontos aconteçam, e não o contrário.

Afirmamos que os textos do PSTU são, em primeira análise, mentirosos. A linha crítica que o texto segue nada mais é que a criminalização do “grupo” e/ou ideia Black Bloc – que no fundo é uma estratégia de manifestação, utilizando a propaganda pela ação, tendo por objetivo o anticapitalismo e a destruição de ícones do capitalismo, como por exemplo, fachadas de bancos.

Um dos textos ainda cita os homens e mulheres, os meninos e meninas vestidos de preto, como uma “ação de grupos conspiradores”. Essa insana personificação só alimenta o monopólio da imprensa e a polícia, que precisam de uma identificação do que perseguir. Essa criminalização sustenta a infeliz dicotomia do “manifestante pacífico” e o “vândalo”.

Os textos expõem também uma pesada crítica à “depredação”, por exemplo, de agências bancárias. Essa crítica, que simplesmente quase representa uma defesa ao setor bancário/privado, demonstra-nos o quão perdido está o PSTU em suas posições. O setor bancário é para a sociedade o que o câncer é para a humanidade.

A FIP entende que qualquer demonstração crítica ao sistema bancário, ainda que simbólico do ponto de vista estrutural do sistema capitalista representa a insatisfação de uma população cansada de injustiças sociais. Naturalmente, não é à toa que os bancos são alvos constantes.

O PSTU também afirma que os Black Blocs costumam agir conforme o seu desejo não deliberando as ações diretas e, assim, provoca a repressão policial. Em primeiro lugar: nada justifica a repressão policial que sofremos. Essa legitimidade que o PSTU dá aos policiais é inquisidora – e deveras preocupante. Entretanto, podemos levantar um ponto: quando o PSTU retirou-se de atos evitando claramente o confronto com a polícia, nada foi deliberado anteriormente. Apenas saíram. O que pode ser encarado como violência. Não?
As tais “ações isoladas” citadas são, na verdade, autodefesa contra a ação repressiva da polícia militar e civil – que normalmente se encontra infiltrada nos atos, o famoso P2. O surgimento dos Black Blocs não determinou o aparecimento dos policiais infiltrados. Esses policiais infiltrados sempre existiram, e estiveram em todos os atos – de camisa no rosto ou não, de máscara ou não. Estiveram presentes inúmeras vezes em plenárias, por exemplo.

O questionamento levantado num dos textos é: qual é o programa revolucionário do Black Bloc? Este tal questionamento pode e deve ser levantado para toda a esquerda. O que percebemos na esquerda organizada é que ela, infelizmente, se reduz em lutas dentro dos espaços institucionais legitimando-os num processo de burocratismo e reformismo, que se descola completamente da classe trabalhadora tornando-se um claro equívoco pra si, e que não visa uma luta direta contra o capital.

Nós, da Frente Independente Popular, queremos ressaltar que os antagonismos políticos das partes que compõem o movimento, ao invés de superar diferenças políticas e de métodos, com o objetivo de uma construção e uma unidade coesa, se fecham em seus ideais de “certo” e “errado”. O movimento como um todo necessita de diálogo com a classe operária, com o povo, e é isso que buscamos. Repudiamos a criminalização dos movimentos sociais. O povo deve ter livre acesso e direito de se manifestar. Para nós da FIP, vandalismo é o que o Estado faz com o povo!

Você acha um absurdo a situação dos Transportes Públicos, Saúde e Educação? Acha que os governantes se aproveitam do povo? Seu Patrão te explora e seu salário é ruim?

Então venha lutar com a gente!
Rio de Janeiro, 15.08.2013
Frente Independente Popular

Queremos respostas…

A Frente Independente Popular (FIP) esteve presente no dia 14 de agosto no ato “Queremos Respostas” que marcou um mês do desaparecimento do pedreiro Amarildo Dias de Souza, depois de ter sido visto pela última vez sendo levado por policiais militares da base da UPP da Rocinha e depois disso nunca mais apareceu.

O ato começou na Rua 2 da Rocinha e foi descendo até ocupar as duas vias do túnel Zuzu Angel. Por onde o ato passava as pessoas saíam de seus locais de trabalho e casas e gritavam juntos aos manifestantes “Cabral bandido, cadê o Amarildo?” com várias faixas de repúdio ao governador Sérgio Cabral e ao Major Edson, responsável pelo comando da UPP para onde Amarildo foi levado pela última vez.

Vigiados pela polícia, que tentava pousar de pacífica, a família de Amarildo, os amigos e o povo da Rocinha não se dobraram à polícia, sempre atacando seus verdadeiros inimigos e gritando em alto e bom som: “Sem hipocrisia, essa polícia mata pobre todo dia!” e “A verdade é dura, a UPP também é ditadura!”. Foi assim até o fim do ato. Mesmo com chuva e ventania o ato seguiu caloroso pelo túnel Zuzu Angel, que foi tomado pelos manifestantes. Sem desanimar e pronta para o que der e vier a manifestação saiu do túnel e tomou a zona Sul, sempre contando com o apoio popular. Pessoas abriam os vidros dos carros e cantavam junto com a massa, que ia passando. As buzinas demonstravam o apoio à luta popular.

No fim do ato, mesmo parados por algum tempo até a dispersão no Leblon, motoristas de ônibus cerravam o punho em apoio ao protesto.

A luta continua, estejam atentos ao próximo ato na Rocinha, é muito importante que todos participem!

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